Inca estima 44 novos mil casos da doença por ano até 2025. Segundo a oncologista, Ingrid Moura, má alimentação é o principal fator de risco deste tipo de câncer
O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima um número preocupante de novos casos de câncer no intestino para os próximos anos: 44 mil novos casos para cada ano do triênio 2023-2025, sendo 70% concentrados nas regiões Sul e Sudeste. Para chamar a atenção sobre a doença foi instituída a campanha Março Azul Marinho e, nesta segunda-feira (27), é o Dia Nacional de Combate ao Câncer Colorretal.
Médica do Centro de Terapia Oncológica (CTO), Ingrid Moura diz que o número de novos casos desse tipo de câncer tem aumentado significativamente nos últimos anos. Recentemente, dois grandes nomes do futebol morreram em decorrência da doença: Pelé e Roberto Dinamite. Já a atriz Preta Gil, divulgou neste ano que está em tratamento de um câncer de intestino.
Segundo a especialista do CTO, a doença é a terceira maior causadora de mortes entre os cânceres no Brasil e entre os principais fatores de risco estão a má alimentação e o sedentarismo. “A ingesta de carnes processadas ou ultraprocessadas, como presuntos, mortadelas, ou muito expostas ao calor muito intenso, como os churrascos, têm contribuído com o aumento do número de casos de câncer colorretal”, diz Ingrid.
Outros fatores de risco apontados pela especialista são: tabagismo, consumo excessivo de bebidas alcoólicas, histórico familiar e doenças inflamatórias intestinais, como a doença de Chron e a retocolite ulcerativa.
O principal exame para detectar precocemente o câncer colorretal é a colonoscopia. De acordo com a médica do CTO, a recomendação é que o primeiro exame de rastreio seja feito a partir dos 45 anos, exceto quando há histórico familiar, principalmente de primeiro grau. “Neste caso, o paciente deve fazer a colonoscopia dez anos antes da idade em que o familiar teve o diagnóstico. Então, se ele teve aos 45, o paciente deve iniciar o rastreio aos 35”, explica Ingrid.
Entre os principais sintomas da doença estão: sangramento nas fezes, sensação de empanzinamento depois que se alimenta, dor abdominal, dor ao evacuar e sinal de desobstrução intestinal – não consegue eliminar gases e fezes.
Quanto ao tratamento, Ingrid afirma que os tumores de cólon geralmente envolvem cirurgia e quimioterapia. Já para os tumores de reto, são recomendadas sessões de quimioterapia e radioterapia e depois a cirurgia. Em casos metastáticos, apenas a quimioterapia.
Ingrid chama a atenção para a importância do diagnóstico em fase inicial. ”Com isso, as chances de cura ficam acima de 90%. Então, vamos fazer o exame de rastreio. E, além disso, focar na prevenção à doença com uma dieta saudável e a realização de atividade física”.